Em busca de relacionamentos mais
duradouros e até permanentes, todos questionam as atitudes necessárias
para que isso ocorra, como paciência, diálogo, compreensão e renúncia,
mas na realidade não existe uma fórmula para a felicidade de um casal.
As paixões iniciais são passageiras e o
que realmente perdurará, a amizade, a cumplicidade e o companheirismo,
podem e devem ser criados com o tempo.
Em décadas passadas – e em determinadas
culturas ainda agora -, os casamentos eram determinados pelos pais, com
os noivos ainda crianças. A submissão feminina da época ou em países com
essas culturas é que determinava a longevidade dos casamentos,
independentemente se promovendo ou não a felicidade do casal.
Atualmente, na maioria dos países, as
pessoas podem passear e caminhar de mãos dadas, assistir a filmes ou
peças de teatro, ler livros, frequentar qualquer local ou ambiente e
viajar juntas, sem a necessidade sequer de estarem namorando.
Essa convivência certamente poderá
aprofundar sua amizade e criar afinidades que as aproximarão cada vez
mais, abrindo a possibilidade para um relacionamento com bases muito
mais sólidas do que aquele iniciado com uma simples paixão.
Só com a maturidade, quando já não se dá
importância para aquelas paixões mais comuns na juventude, de origens
físicas e pouco racionais, mas se busca alguém com valores éticos,
morais, educação, cultura, interesses e objetivos comuns, se adquire
esse entendimento.
Nessa fase, entendemos a importância não
só de demonstrar, mas de falar sobre nossos sentimentos, de nos
declarar, em particular ou publicamente para a pessoa amada, pouco nos
importando o que dirão os que estão próximos.
Já entendemos a importância de
interromper a leitura de um jornal para fazer uma declaração elogiando
seu par que chega, valorizando sua roupa, sua beleza, o novo corte de
cabelo que realçou sua jovialidade, mesmo quando isso não expressa uma
realidade cronológica, e possuímos a delicadeza de, voltando do mercado,
surpreendê-la por ter adquirido a fruta de sua preferência, ou
trazendo-lhe uma flor quando menos espera.
Com atitudes e demonstrações de carinho,
afeto, amizade e companheirismo, os laços vão se estreitando, de modo
que cada um passe a sentir a ausência do outro e a necessidade de com
ele dividir suas ideias, planos, sucessos, dificuldades e frustrações.
A participação de cada um nos mais
variados temas da vida de seu par vai tornando o casal mais próximo,
íntimo, participativo de detalhes muitas vezes estranhos à própria
família do outro. Esse envolvimento cria situações de cumplicidade e
amizade raras.
Construído diária e progressivamente
sobre raízes sólidas, adubadas constantemente com atitudes pequenas, mas
importantes, um relacionamento maduro aumenta à medida que os dois se
conhecem, descobrem suas dificuldades, costumes, manias, qualidades e
virtudes, surgindo daí o amor verdadeiro, real e duradouro.
Colocando na balança todos estes
ingredientes, procurando o equilíbrio, os dois acabarão percebendo que
no outro existem muitas qualidades e que o carinho e a cooperação
superarão os poucos defeitos de cada um deles.
O relacionamento duradouro é aquele
onde existe o interesse mútuo em sua criação e manutenção, mesmo quando
inicialmente os parceiros não se amam.
http://www.joaoboscoleal.com.br/2012/04/23/relacionamentos-duradouros/
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